Filix Jair
6.2.08
 
coisa pela mata: pois é
filixjair@gmail.com

Pois é: a coisa foi engolida pela mata.

Como pensava: foi oferenda. Onde menos se suspeita, a coisa afro-brasileira assoma, pois lá está pairando em superfície, esperando apenas ativação – realizada, não tenho dúvidas, por Memelucovich à deriva (então o maleável meme Malevich ma[me]luco em delírio disse, junto à cascata: "auxílio! só vejo branco sobre branco e ouço estes ruídos d'água...!"; "ha, ha, ha!", foram as risadas).

Mas o diálogo mesmo foi algo assim:
[extraído de vídeo de Oorganismo]

personagens:
G1: Sr. Glerm
G2: Sr. Goto.

G1: Memelucovich
G2: Aqui tá bom...
G1: Novas Bases para a Personalidade... O problema com as novas bases para a personalidade é que ainda restam bases... aqui é a entrada... é onde o NBP espera seu novo vínculo para circulação em circuitos para além da palavra arte... muito além... no meio de um grande centro urbano... a cidade de Curitiba... Galo (?) Memelucovich já há alguns séculos descobriu esta cachoeira... é aqui que ainda restam bases para a personalidade... aqui é o lugar onde descansam as novas bases para personalidade... o lugar onde ao mesmo tempo restam bases para a personalidade. Aqui descansam as novas bases para a personalidades e restam bases para a personalidade... você gostaria de participar de uma experiência qualquer... sem saber onde vai dar isso? Então fica aqui a proposta: restam bases para a personalidade...
G2: NBP é largado à deriva atemporal na cachoeira dos descartógrafos...
G1: Aguardando por você... aguardando por você que está no outro elo desta corrente... estão aqui as bases, aguardando por você... no meio da cidade de curitiba, isso...
G2: A cachoeira perdida!
G1: A cachoeira perdida!
G2: Descartógrafos!
G1: Descartógrafos!
G2: Perdendo a rastreabilidade do objeto!
G1: Não interessa o objeto! Nunca nos interessou o objeto.

Muitas conexões possíveis a serem ativadas há. Há (ha, ha, ha) a intriga do personagem "Memelucovich", confirmada entidade afro-russo-brasileira (afro-polaco-brasileira?), meio replicante ("meme"), meio suprematista ("Malevich"), meio mameluco (branco + índio) e meio (totalmente, no melhor sentido...) maluco. Explorar o ritual da oferenda na cachoeira – a entrega do objeto para obter algo no aqui agora deste mundo (chave no diálogo acima): daí que: a 'barra relacional' entre as duas conjunções é a grande descoberta "e/ou", sua principal 'arma de guerra'.

O arquivo em sonoridade desgarrada gentilmente repassado e cedido pelo estimado e volátil Filix Jair (que vos escreve as mal traçadas, “este des-traçado!” – enfim). Este ser infame (que vos inscreve, “oh! mal tardio..” – porém) informa que foi informado da cachoeira e imediatamente baixou aqui com esta des-composição ("restam bases na cachoeira dos descartógrafos"). Pede que atentem à recorrência do prefixo 'des' – elemento chave da conversa. A intenção principal é mnemônica: fixar a situação em um eixo de repetição, que possa ser repassado.

E/Ou seja: ...

4.2.08
 
restam bases (novas?)
filixjair@gmail.com

restam bases na cachoeira dos descartógrafos
Filix Jair (2007)

restam bases pra você cantar
na cachoeira dos descartógrafos
oferenda
ferramenta
orquestral

despontando na cidade eu vi
a residência de um desartista
coletivo
um agente
para frente

prometendo um novo mundo
mais fecundo menos triste
computando de outro modo
hackeando catatau

muito além e aquém do bem e o mal
desencontrei a orquestra organismo
e / ou
desfazenda
sem receita

reunindo tanta gente
agenciando quantas mentes?
agrupando é urgente
desmontando o desamor

explicando&comentando:
melodia que começa com acorde de Gm (famoso sol menor), seguindo para Bb (não menos radiante si bemol), resolvendo-se em Dm (sempre presente ré menor, eu digo) – mas então! caminha diretamente saltando a F (fá maior que o diga) para resumir-se again em Dm (eu digo, ré menor) – detalhe de tomar o A7 invertido com baixo em G (sétima aqui famosa em sol faz com que no violão alguma similitude com dó maior se insinue [sexta e nona menor?]) que funciona melhor na segunda vez e isso implica em possível (?!) revisão. sem contar que na introdução o deslocamento dos baixos D/C/Bb/A (quão popular sequência encerra aqui sabedoria celebrada) se resolva não no esperado D7 (ah...! ré sete) mas em curioso e insistente A711 (um favorito BN lá com sete e onze – tão cultuado efeito suspensivo da quarta). a segunda! sim, aí gravitou-se em torno de Ab e aquele atento inicial Gm (lá bemol, sol menor, sabem-se precisos quando é preciso) com intenções mais rítmico-dinâmicas, tendo a passagem em Eº (mi diminuto disponível por aí quando se quer – mas, que se diga) sido trazida posteriormente no drible do que seria mais óbvio, quando o óbvio chega sob a forma D7 (já se sabe aqui do ré sete, já se sabe aqui do) em um bom recuo recomeço – oh yeah.

no capítulo à parte da gravação tudo por aqui enquanto passavam os ônibus, em sobreposição de pistas, solo da guitarra simples e trompetes adicionados via teclado – bateria simples a aprimorar, baixos duplos e por aí segue o fio fino da meada a ser desenvolvido em situação nº2 no futuro próximo ainda nesse século XXI, qual seja, ainda em 2008, esperamos.

o que mais?
visitou-se a cidade de Curitiba onde epa! Goto desenvolve o espaço plural para potencialidades coletivas denominado em dupla conjunção e/ou. ali, FxJ não se anunciou mas se insinuou sem programação prévia. ocorre que a história já se desenrolava há tempos. é preciso ver agora (eu disse, agora!)
http://www.youtube.com/watch?v=A3fYxbOsGRA
e (ou?)
http://organismo.art.br/blog/?p=2421
sobretudo também
http://www.nbp.pro.br/blog_comentarios.php?critico=124
pois é que os tais 'OO' desenvolveram a presença intermitente e overpresente de um cidadão nominativo designado rb (sem qualidades como todos nós) que mediava a interlocução – sendo cidadão-que-se-resume na singela frase 'restam bases', a (o?) qual expressa o curioso e importante contraste com 'novas bases' – sendo que nb nunca tomou a forma humana mas apenas aquela nominal tardia (mas antecipadamente). daí que o que comento aqui é comentário musical de tal situação, em refrão. na ação vídeo há o local mundialmente conhecido como 'cachoeira dos descartógrafos', descoberto ou nomeado por certo polonês (?):
"O nome do descobridor da cachoeira é Gallus Mamelucovich"
http://wikimapia.org/5826862/pt/Cachoeira_dos_Descartografos
(o qual sem sombra de dúvida assoma como assombro&experimento gene-mem-ético em que se contraem e hibridizam branco+índio [mameluco] + Kasimir Malevitch [1878-1935] + memes malucos quaisquer que somos todos nós)
ocorre daí a opção por tantos 'des-':
descartógrafos
despontando
desartista
desencontrei
desfazenda
desmontando
desamor
e/ou: un coup de dés jamais n'abolira le hasard
(ouve-se across das águas de cascata hackeando catatau)
http://organismo.descentro.org/blog/

então, aí está: o tal objeto foi abandonado em oferenda a quê e/ou o quê?
seguimos cantando e/ou não chamaria(m)-me FxJ frente ao espelho
ou não
(quase nunca)


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